domingo, 5 de setembro de 2010

"''Vazamentos sempre ocorreram''"

Ministro da Fazenda diz que sempre houve vazamento e que casos de quebra de sigilo são muito maiores. Foi uma tentativa de despolitizar o caso da violação de dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que vazamentos na Receita Federal sempre ocorreram e que não existe sistema inviolável.

“Vazamentos sempre ocorreram. Há anos atrás isso ocorria. A gente detecta, pune os responsáveis e muda o sistema. Infelizmente, os contraventores sempre acham outro meio de acessar as informações”, afirmou o ministro.

Mantega tentou despolitizar a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e enfatizou que a quebra de sigilo não envolveu apenas pessoas ligadas a partidos políticos.

O ministro voltou a deixar claro que está descartada a possibilidade de exoneração do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo. “Eu não cogito substituir o secretário Cartaxo”, disse.

“Ninguém está encarando essa questão com mais seriedade do que nós, mas não há sistemas invioláveis. Até poucos dias se comprava disquetes em São Paulo com informação da Receita e eu já dei orientações para que a Receite mude o sistema de segurança sempre que houver vazamentos porque os contraventores sempre acham uma forma de quebrar a segurança do sistema”, afirmou.

O ministro deu entrevista coletiva em São Paulo na sede da Caixa Econômica Federal. Apesar da repercussão do fato, Mantega disse que o caso está sendo investigado “com toda serenidade possível”. Segundo ele, as informações têm sido trazidas ao público, “tanto que todos os dias tem novas notícias nos jornais”.

Rapidez:
Segundo o ministro, a Corregedoria da Receita investiga com rapidez o caso da quebra de sigilo de pessoas ligadas ao presidenciável tucano José Serra. Entre elas, os dados fiscais da filha de Serra, Veronica, e do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge.

''Estamos fazendo uma investigação de todos os aspectos desse caso. A Corregedoria da Receita está trabalhando exaustivamente com rigor e maior rapidez do que normalmente”, disse Mantega.

Perícia:
A Polícia Federal começou a periciar o computador da Receita Federal usado por duas servidoras do fisco em Mauá (SP) para violar o sigilo fiscal de cinco pessoas ligadas a Serra (PSDB).

A 12ª Vara Federal do Distrito Federal autorizou a PF a abrir o disco rígido da máquina e extrair todos os dados nele contidos. A estação de trabalho estava sob a responsabilidade da funcionária do Serpro cedida ao fisco Adeildda Ferreira dos Santos, mas a senha utilizada para as consultas era de Antonia Aparecida Neves Silva.

Além da análise do HD, a PF e o Ministério Público Federal também solicitaram à Justiça a quebra dos sigilos telefônico e bancário de Adeildda, mas a autorização ainda não foi concedida.

Com essas medidas, os policiais encarregados do caso esperam rastrear todos os contatos da funcionária do Serpro. Segundo a reportagem apurou, a principal linha de investigação da PF é a de venda de dados fiscais na agência de Mauá. (das agências de notícias).

EMAIS:
O PV de São Paulo divulgou nota para dizer que a direção do partido não conhece o office-boy Ademir Estevan Cabral. No entanto, admitiu que ele é filiado à legenda desde 2007.

Responsável por retirar na Receita cópia de dados sigilosos de Veronica Serra usando uma procuração falsa, o contador Antônio Carlos Atella apontou Cabral como um dos responsáveis supostamente lhe pedir os dados. Segundo o presidente estadual da legenda, Maurício Brusadin, Cabral procurou o diretório do PV em Francisco Morato e se filiou na legenda dizendo que era simpatizante da causa ambiental.

No entanto, o dirigente afirma que ele não participou de qualquer reunião ou atividade partidária. Informou ainda que o PV de São Paulo determinou a abertura de sindicância.

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