quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Nacional CASA CIVIL - Erenice nomeou filha do presidente dos Correios"

Erenice Guerra deixou a Casa Civil na semana passada após denúncias de tráfico de influência.
FOTO: WILSON DIAS//AGÊNCIA BRASIL

Paula Matos contou à reportagem que foi a própria ex-ministra quem a chamou para trabalhar na Casa Civil.

São Paulo - A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que deixou o cargo na semana passada após denúncias de tráfico de influência, empregou no ministério uma das filhas do presidente dos Correios, David José de Matos. Nomeada assessora do gabinete da Casa Civil em 25 de junho, Paula Matos foi exonerada terça-feira, ´a pedido´´, conforme portaria publicada no Diário Oficial. "Pedi que se afastasse´", afirmou David Matos, que foi indicado por Erenice para presidir os Correios um mês depois que a filha dele foi trabalhar com a então ministra.

Paula contou à reportagem que foi Erenice quem a chamou para trabalhar na Casa Civil. "Erenice sempre foi amiga do meu pai, conheço ela desde que era criança. Ela me perguntou se eu tinha interesse em trabalhar na Casa Civil por um período curto", disse, contando ainda que o convite foi feito pela ex-ministra numa academia de ginástica.

Segundo o relato de Paula, Erenice disse que o ministério estava ´esvaziado por causa da eleição´ e que precisava de gente para a coordenação dos trabalhos de assistência às vítimas das enchentes que destruíram Alagoas e Pernambuco em junho deste ano.

Como funcionária da Casa Civil, Paula contou que tinha a função de consolidar as informações encaminhadas pelos Estados e por outros ministérios. "O combinado era eu ficar até outubro, estou terminando o mestrado e achei que a experiência poderia ser interessante. Mas como meu pai é uma pessoa pública, vi que poderia criar alguma confusão e decidi sair", relatou Paula.

A Polícia Federal intimou para depor hoje o empresário Fábio Baracat, que acusou Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, de cobrar "taxa de sucesso" e pagamentos mensais de R$ 25 mil, para ajudar a empresa de transporte aéreo MTA a ampliar seus negócios nos Correios. A denúncia foi publicada na revista Veja e seu autor, Diego Escostegui, foi ouvido na terça-feira por duas horas.

Também está intimado a prestar esclarecimentos o ex-diretor de Operações dos Correios, Eduardo Arthur Rodrigues Silva, suspeito de ser testa de ferro de empresas do argentino Alfonso Rey, que vive em Miami, conforme reportagem publicada no jornal O Estado de S.Paulo no último domingo. Rey seria sócio oculto da MTA, já que a lei brasileira proíbe que estrangeiros detenham mais de 20% do capital de empresas do setor.

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