quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Dilma desconversa sobre volta da CPMF"

A ex-ministra da Casa Civil defende que o Brasil tem que garantir dinheiro para a saúde.
ROBERTO STUCKERT FILHO

A candidata do PT disse que o problema da falta de dinheiro para a saúde deve ser discutido com todos os brasileiros

Brasília. Questionada na tarde de ontem sobre a retomada da CPMF em caso de vitória, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, não quis falar especificamente sobre a recriação do tributo, mas afirmou que o financiamento da saúde está aquém do necessário e que o tema "terá que ser discutido com todos os brasileiros".

"Eu acho que tem problema sério no Brasil que terá que ser discutido com todos os brasileiros. Tem subfinanciamento na nossa saúde, sim, ao tirarem a CPMF de nós. Não tem nenhum país no mundo que, com a renda que tem o Brasil, tenha o gasto com saúde tão baixo como o nosso. Tem que garantir dinheiro pra saúde", afirmou a candidata, que não quis, entretanto, detalhar qual será exatamente sua proposta para resolver o problema. A CPMF (o chamado "imposto do cheque", que destinava recursos para a saúde) foi extinta em 2007 pelo Senado.

Em março, o presidente Lula já havia dito, justamente ao lado de Dilma (então ministra da Casa Civil) e de José Serra (então governador de São Paulo), que o próximo presidente da República teria de "discutir mais dinheiro para a saúde". "Eu tenho compromisso com essa questão. Se eu for eleita, vou de todas as formas deixar claríssimo o problema da saúde para o nosso Brasil", afirmou Dilma.

Reajuste:
A candidata se encontrou ontem à tarde com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. Ela falou sobre a política de reajuste de salário mínimo, caso eleita. Dilma disse que conversará com as centrais sindicais sobre uma proposta de reajuste de 2011 a 2014. Afirmou, ainda, que é possível manter a política de reajustes acima da inflação.

Dilma voltou a negar a informação de que fará um ajuste fiscal em um eventual governo e negou que tenha divergências com o ex-ministro Antonio Palocci, um dos coordenadores de sua campanha. "Ajuste fiscal e investimento não são compatíveis. O ajuste fiscal você desmonta o estado executor e fortalece o fiscalizador, porque interessa aumentar a receita, controlar a despesa. Quanto menos se investir, melhor, quanto menos se gastar em programas sociais, melhor".

Promessa:
"Se eu for eleita, vou de todas as formas deixar claríssimo o problema da saúde para o nosso Brasil"
DILMA ROUSSEFF
Candidata à Presidência da República.

Nenhum comentário:

Postar um comentário