quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"SUCESSÃO PRESIDENCIAL - Crescem chances para 2º turno"

A candidata do PV, Marina Silva, subiu em todas as regiões do País, Dilma caiu e Serra se manteve estável.

Rio de Janeiro. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, caiu três pontos e tem agora 46% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem pela jornal "Folha de S. Paulo". O tucano José Serra manteve o percentual de 28%, registrado na pesquisa anterior, enquanto Marina Silva (PV) subiu um ponto e aparece com 14%. O levantamento aponta um aumento nas chances de um segundo turno na corrida presidencial.

Segundo a pesquisa, a soma dos outros candidatos não chega a 1%. Os votos brancos e nulos são 4%. O índice de eleitores indecisos chega a 7%.

Levando-se em conta apenas os votos válidos - que exclui brancos e nulos, Dilma caiu de 54% para 51%, percentual que ainda lhe daria vitória no primeiro turno. Porém, como a margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, a petista oscilaria de 49%, o que levaria a um segundo turno, a 53%. Já Serra, que na pesquisa anterior tinha 31% dos votos válidos, agora aparece com 32%. Marina também subiu, passando de 14% para 16%.

Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, a petista venceria com 52%, e Serra chegaria a 39% da preferência do eleitorado. No levantamento anterior, a petista tinha 55%, e o tucano, 38%.

A candidatura de Dilma sofreu ainda queda em todos os estratos da população, nos recortes por sexo, região, renda, escolaridade e idade. Uma das maiores baixas, de 5%, se deu entre os eleitores que ganham de 2 a 5 salários mínimos, que são 33% da população brasileira. Entre as mulheres, a petista teve uma queda de 47% para 42%. A petista também caiu em todas as regiões.

A queda de Dilma não acompanhou o crescimento de seu principal adversário, José Serra. Ele se manteve estável em todas as regiões, oscilando apenas dentro da margem de erro. No Sudeste, Quem subiu em todas as regiões foi Marina

O Datafolha ouviu 3.180 pessoas em 202 municípios na segunda-feira, 27 de setembro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 32913/2010. .

APÓS DATAFOLHA:
Dilma pede "serenidade" e "determinação" à militância.

Brasília. No dia em que o Datafolha apontou aumento da possibilidade de segundo turno nas eleições presidenciais, a candidata do PT, Dilma Rousseff, disse que é impossível dizer hoje se haverá ou não a continuidade da disputa após o domingo e fez um apelo aos seus apoiadores para ter "serenidade" e "determinação" nessa reta final.

"Queria fazer um apelo à militância para não esmorecer, ir para as ruas e disputar voto a voto. Peço três coisas: primeiro, serenidade, porque a gente está no rumo certo, ninguém precisa perder o rumo nem o prumo, temos que continuar tendo uma atitude serena diante de todo esse processo, manter o nível, não brigar, não ter baixaria", afirmou a candidata, pedindo também "determinação" e "amor no coração" aos seus apoiadores.

Dilma visitou na manhã de ontem a rodoviária da região central de Brasília, um dos principais pontos de aglomeração popular da cidade.

A campanha petista cercou parte da área pública para que ela falasse aos repórteres sem aglomeração, o que é a situação mais comum nos eventos de campanha na rua.

A petista repetiu por diversas vezes a palavra "serenidade" na entrevista que concedeu e afirmou que é preciso "não gastar todas as emoções" e esperar também as outras pesquisas que serão divulgadas nesta semana, até o domingo. "Estamos em um momento da eleição em que é normal que haja subidas e descidas. (...) Ninguém hoje tem condições de antecipar nada . Qualquer um de nós vai ter que esperar a urna fechar, passei a eleição inteira dizendo isso, tem que ter respeito com o eleitor, esperar fechar a urna e contar os votos".

De acordo com pesquisa Datafolha, a diferença entre Dilma e todos os seus concorrentes caiu de 14 para 2 pontos percentuais nas duas últimas semanas. Para vencer no primeiro turno, o candidato tem que ter mais da metade dos votos válidos. Dilma também disse considerar normal o crescimento de Marina Silva (PV) nas pesquisas, mas voltou a afirmar que ninguém tem condições de antecipar nada. Ela se recusou a responder se prefere a candidata do PV ou José Serra (PSDB) em um eventual segundo turno.

REFLEXO:
Marina atribui crescimento à coerência de sua campanha.

Belém. Candidata do PV à Presidência, Marina Silva disse ontem que não queria que os escândalos contra o governo Lula tivessem ocorrido, mesmo sabendo que esses episódios podem ter contribuído para o crescimento dela nas pesquisas de intenção de voto. Em visita a Belém, ela foi questionada se a queda de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas se deve à divulgação de casos negativos ao governo Lula -o da Receita e o da ex-ministra Erenice Guerra. “Esses escândalos não ajudam a ninguém. Eu preferia que eles não tivessem acontecido”, destacou. Sobre seu crescimento, ela disse novamente que o resultado ocorre devido à sua coerência. “Eu decidi debater o Brasil, não ir para o vale-tudo eleitoral, não fazer ataque gratuito, as pegadinhas e as ofensas pessoais”, afirmou.

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