quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"RELATÓRIO DA ONU - Número de famintos diminui"

A cada dez segundos, uma criança morre de desnutrição no mundo; a maioria dos famintos está em Bangladesh, China, Congo, Etiópia, Índia, Indonésia e Paquistão
FOTO: KENA BETANCUR/REUTERS

Pela primeira vez em 15 anos, houve uma diminuição da fome no mundo, mas estatísticas continuam preocupantes

Roma. Pela primeira vez em 15 anos, o número de pessoas com fome no mundo caiu, para 925 milhões, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação (FAO), uma cifra que a entidade mesmo assim considera inadmissível.

O número de famintos no mundo, que no ano passado alcançou a alarmante cifra de 1,023 milhão, caiu 9,6% em 2010, segundo a FAO, que tem sede em Roma. "O número de pessoas desnutridas no mundo continua inaceitável, apesar de ter registrado uma queda esperada, a primeira em 15 anos. A queda se explica graças a uma conjuntura econômica favorável em 2010", explicou a FAO.

Para a entidade, a cifra de 925 milhões de pessoas com fome e desnutrição continua sendo muito alta em relação às crises alimentares e econômicas registradas antes de 2008, quando era de 850 milhões.

A maioria das pessoas (98%) que padecem de fome residem em países em desenvolvimento, onde representam 16% da população, contra 18% em 2009, recordou a FAO.

"O fato de que quase um bilhão de pessoas continuam sendo vítimas da fome, mesmo depois da conclusão das recentes crises alimentar e financeira, se traduz num problema estrutural mais profundo. Os governos deveriam promover investimentos na agricultura e ampliar as redes de segurança e os programas de ajuda social", acrescenta a entidade da ONU.

A FAO alertou ainda que as inundações no Paquistão e na Índia, assim como a seca na Rússia, ameaçam provocar uma crise alimentar que afetaria as pessoas mais pobres do mundo. Há ainda a preocupação com os violentos distúrbios deste mês em Moçambique.

Maior tragédia:
De acordo com o relatório da ONU, a cada dez segundos uma criança morre devido à desnutrição, o que faz da fome a maior tragédia da humanidade.

No entanto, a queda do número de famintos é sentida em todas as regiões do mundo. A Ásia-Pacífico foi a que mais registrou pessoas vítimas da fome, com 578 milhões de famintos, mas onde a queda foi maior, de 12% em relação a 2009.

"A proporção de famintos é mais forte na África subsaariana, com 30% da população que sofre com a fome", analisou o relatório da FAO.

Dois terços dos 925 milhões de pessoas subalimentadas estão concentradas em apenas sete países: Bangladesh, China, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia e Paquistão.

De acordo com os dados da FAO, na América Latina e Caribe, países tradicionalmente muito afetados pela desnutrição, como Guiana, Jamaica e Nicarágua, conseguiram respeitar o objetivo do Milênio e o Brasil está se aproximando dessa meta.

"O objetivo do Milênio adotado em 2000 de reduzir de 20% a 10% o número de famintos antes de 2015 não será alcançado. Não chegamos sequer a 16%", comentou o diretor-geral da entidade, Jacques Diouf.

Para a organização humanitária Oxfam, a diminuição da fome não acontece por acaso. "Há dez anos os líderes mundiais estão motivados a reduzir a fome no mundo até 2015. A vontade política é um elemento fundamental", disse.

LÁ VAI O BESTA: Se compararmos o Brasil de hoje com o Brasil de oito anos atrás, com certeza nos superamos e em muito, digo isto com base no municipio de Chaval, que antes dos programas sociais do governos Lula a fome era quase calamitosa. Hoje ainda temos muitos pobres, mais a grande maioria foi elevada da condição de miséria em que viviam e chegaram hoje a classe "C" ou bem próximo. 

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