segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SEGUNDO TURNO - Marina declara neutralidade

Voto independente: o cobiçado apoio do PV acabou não saindo para nenhum dos lados da disputa presidencial.
FOTO: FOLHAPRESS

A candidata derrotada à presidência escreveu uma carta aberta a Dilma Rousseff e José Serra afirmando a posição.

São Paulo. A terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva, declarou, durante convenção, em São Paulo, ontem, que se manterá neutra no segundo turno. A verde preferiu evitar a palavra neutralidade e chamar a posição de "independência".

Em carta aberta aos candidatos Dilma Rousseff e José Serra, lida durante o evento, Marina criticou a polarização política entre PT e PSDB e cobrou um avanço maior dos dois finalistas da eleição no compromisso com o programa apresentado pelos verdes aos presidenciáveis. "O fato de não ter optado por um alinhamento não significa neutralidade. Creio que a posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro". Na carta, Marina deixou claro também que esperava um prova de amor mais concreta de Dilma e Serra. "Embora mostrem afinidade, gostaríamos que avançassem em clareza e profundidade com as nossas propostas".

A candidata derrotada disse que PT e PSDB "se deixaram capturar pela lógica do embate" na disputa política nacional. Os discursos feitos antes do proferido por Marina deixaram clara a opção da legenda pela neutralidade. Alfredo Sirkis, vice-presidente do PV, o deputado federal Zequinha Sarney (MA), o candidato a vice de Marina, Guilherme Leal, e candidato derrotado ao Senado por São Paulo, Ricardo Young, defenderam a independência da legenda.

O Partido Verde seguiu a posição da candidata derrotada e aprovou a opção pela neutralidade no segundo turno da eleição presidencial. A votação foi simbólica. Apenas quatro pessoas se manifestaram a favor do apoio a um dos dois candidatos.

Nos discursos durante o evento, ficou claro o plano de ter Marina na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. A pastora Valnice Milhones, da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, uma das líderes religiosas que apoiaram a presidenciável verde, lançou a candidatura para a próxima eleição: "(A convenção) Não é o fim. É o começo de uma futura campanha: 2014, Marina presidente".

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