sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"Nacional, DEBATE NA REDE GLOBO - Serra e Dilma evitam confronto"

Presidenciáveis no estúdio da TV Globo, no Rio de Janeiro, durante a transmissão do último debate antes das eleições.
FOTO: AG. O GLOBO

Sem temas polêmicos, o debate foi morno, mas serviu para os candidatos apresentarem suas propostas na reta final.

Rio de Janeiro - José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) ficaram na defensiva e evitaram o confronto direto no debate entre os candidatos à Presidência, organizado pela TV Globo e que era considerado como fator decisivo para levar a eleição para o segundo turno.

Sem temas polêmicos, o debate também foi morno. Dilma teve oportunidades para questionar Serra, mas fez perguntas para Marina Silva (PV) e uma Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).

Em cada um dos quatro blocos, cada candidato só poderia ser questionado uma vez. O encontro de ontem à noite durou cerca de duas horas e teve mediação do jornalista William Bonner

O momento de maior agitação aconteceu quando Dilma se enrolou para responder a uma crítica de Plínio pelo fato de os partidos de seus adversários não informarem em seus sites a origem da arrecadação de dinheiro para as campanhas.

"Nós registramos todas as doações, que são oficiais na minha campanha, todas elas, no... na... no Tribunal Superior Eleitoral", disse, no segundo bloco do debate, causando risos na plateia. Imediatamente, emendou: "E gostaria de deixar claro que todas as doações são oficiais. Lamento os risos de quem tem outras práticas. A minha não é essa".

No primeiro bloco, Serra criticou Dilma porque, segundo ele, o governo Lula aumentou o imposto sobre água e esgoto quando a petista era ministra. Segundo ele, o aumento foi responsabilidade de Dilma.

Segunda a perguntar, Dilma evitou confronto direto com Serra e preferiu fazer uma pergunta para Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).

Marina questionou Dilma sobre a questão trabalhista e evitou que Serra pudesse fazer uma pergunta a petista "Uma das grandes conquistas foi a melhoria na questão da formalização no mercado de trabalho no Brasil", disse a petista, repetindo o número de 14 milhões de empregos criados no governo. Marina Silva criticou os governos Lula e Fernando Henrique por falta de visão na área de infraestrutura no segundo bloco.

No terceiro bloco, Serra criticou o governo por causa da habitação. "Entregaram 4.000 de 1 milhão de casas prometidas", afirmou o tucano ao perguntar para Marina.

"Eu não vi essa coisa ser encaminhada quando o senhor era prefeito e governo do São Paulo", rebateu a verde, depois que Serra falou sobre os seus projetos de habitação como o Vila Dignidade.

No mesmo bloco, Dilma e Marina debateram sobre segurança. "Como resolver o problema da segurança pública, quando 16 anos se passaram e nada foi resolvido?", perguntou Marina.

Dilma citou o projeto das UPPs do Rio de Janeiro como exemplo. "Essas Unidades de Polícia Pacificadora partem do princípio de que nós temos um território de guerra", disse a candidata do PT.

Com Dilma, Plínio voltou a falar da dívida externa. "Uma bolsa-credor leva uma bolsa família simplesmente em 13 dias", disse o socialista.

O mesmo tom teve Plínio no debate com Serra sobre saúde. Segundo o socialista, 10% do PIB deve ser usado na saúde. "Depois veio inventar coisa que não tinha dinheiro para saúde por causa da CPMF", disse o tucano.

Plínio de Arruda Sampaio abriu o quarto bloco, que teve tema livre, e questionou Dilma Rousseff sobre redução de jornada de trabalho sem redução de salário, limite à propriedade de terras e cobrança de aluguel compulsório em imóveis vazios.

Após réplica e tréplica, Dilma questionou Marina Silva sobre sua avaliação a respeito de ações do governo federal diante de crises externas. Em seguida, Marina escolheu os programas sociais como tema para questionar José Serra. Com direito a uma pergunta na sequência, Serra perguntou a Plínio sobre reajustes acima da inflação.

Os candidatos tiveram ainda dois minutos cada um para as considerações finais.

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