sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Internacional, EM VÍDEO - Fidel Castro faz alerta para guerra nuclear"

É, pelo menos, a terceira mensagem em que Fidel Castro fala sobre riscos da guerra entre os EUA, Israel e Irã.
FOTO: REUTERS

Governo cubano veiculou vídeo de discurso do comunista na Internet traduzido para sete idiomas.

Havana. O ex-ditador cubano Fidel Castro, 84 anos, alertou sobre os riscos de uma iminente catástrofe nuclear se Estados Unidos e Israel vierem a atacar o Irã, em inusitado vídeo gravado e veiculado em sete línguas além do espanhol (inglês, francês, italiano, português, alemão, russo e árabe), ontem, no site institucional Cubadebate (http://www.cubadebate.cu). É a primeira vez que o governo divulga opiniões do líder histórico da Revolução Cubana dessa forma.

As advertências de Fidel se transformaram em um importante tema de sua agenda política nos últimos meses, período em que retomou sua participação em eventos públicos depois de quatro anos afastado enquanto se recuperava de uma doença intestinal.

O líder comunista tem tratado sobre esse tema em colunas de opinião, em entrevistas em veículos de comunicação oficiais, em eventos públicos com estudantes e com distintas autoridades do governo.

"Hoje existe um risco iminente de guerra com o uso desse tipo de armas, e não tenho a menor dúvida de que um ataque dos Estados Unidos e de Israel contra a República Islâmica do Irã se transformaria inevitavelmente em um conflito nuclear global", afirmou.

O ex-ditador lembra, no começo do discurso, o cientista Albert Einstein, o qual declarou que uma guerra nuclear significaria o fim da humanidade. "O próprio Einstein afirmou textualmente: ´não sei quais armas serão usadas na 3ª Guerra Mundial, mas na 4ª Guerra Mundial serão usados paus e pedras´. Nós sabemos o que ele queria dizer e ele tinha completamente a razão, mas não haverá mais ninguém que poderá usar paus e pedras se ocorrer uma guerra nuclear", disse Fidel. "Em uma guerra nuclear, o dano colateral seria a vida de toda a humanidade", acrescenta o líder cubano.

Presos políticos:
Ontem, três presos políticos cubanos, não incluídos entre os 75 opositores condenados em 2003, viajaram à Espanha, com o que passam a somar 42 os libertados até agora, como resultado de um diálogo entre o Governo e a Igreja Católica.

Ciro Pérez, 61, foi condenado a 20 anos de prisão em 1994 por posse de armas, saída ilegal do país e pirataria. Arturo Suárez, 46, recebeu sentença de 30 anos em 1987 por pirataria e saída ilegal. Já Rolando Jiménez, 41, único do grupo reconhecido como preso de consciência pela Anistia Internacional, cumpria 12 anos por espionagem e desacato, desde 2007.

O governo decidiu em julho libertar, num prazo de quatro meses, 52 dissidentes presos dos 75 punidos, em 2003, com penas de entre seis e 28 anos de prisão. Trinta e nove deles já deixaram o país emigrando para a Espanha. O presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, havia manifestado em julho, em Genebra, a vontade oficial de libertar todos os presos políticos não envolvidos em crimes de sangue.

A Comissão Cubana de Direitos Humanos, dirigida por Sánchez, calcula em 100 os opositores que ainda ficaram presos.

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