domingo, 22 de agosto de 2010

"SAÚDE PÚBLICA - Temas ficam fora da discussão"

Professor josé Jackson Coelho Sampaio é integrante do mestrado em Saúde Pública da Uece
FOTO: VIVIANE PINHEIRO

Sugestões para tratar os drogados é atrasado e professor compara ao que era feito com os psicóticos no passado

Para o professor doutor José Jackson Coelho Sampaio, médico psiquiatra e membro do mestrado em Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará, a discussão eleitoral, durante os três meses de campanha, em que há o imediatismo dos candidatos na conquista dos votos, acaba fazendo com que grandes temas fiquem de fora da discussão simplesmente porque não rendem votos, embora sejam, na sua, de extrema importância para a boa gestão da saúde.

O primeiro esclarecimento que faz o professor Jackson é com relação à amplitude do tema "saúde pública". Segundo ele, há a estrutura de atendimento à população, que são os hospitais, e, o que é mais importante: um sistema complexo de atenção primária que é a base para o atendimento de qualidade.

"O poder público exerce um conjunto de ações ligadas à assistência e um conjunto de ações ligadas à saúde pública", disse, para deixar clara a diferença que, geralmente, segundo ele, costuma ser ignorada. "As pessoas dizem: olha lá a fila no IJF, é crise na saúde pública. Não vejo assim. Mas vejo um sintoma de que está havendo algum problema na prevenção. O problema da fila você não corrigi aumentando os leitos ou criando hospitais. Mas sim melhorando o PSF, a prevenção e a promoção de saúde", enfatizou.

O especialista aponta que o Estado do Ceará desenvolve desde o primeiro governo Tasso Jereissati até os dias de hoje, um ciclo virtuoso na realização da saúde, tendo programas, inclusive, pioneiros, como os agentes comunitários de saúde, incorporados, posteriormente, pelo Programa Saúde da Família, que passou a ter envergadura nacional. "Qualquer governador que seja eleito deve dar continuidade a essa política positiva", argumenta. Ao passo que aconselha aos candidatos de que o Estado está bem dotado da estrutura de saúde de alta complexidade, o mais urgente, segundo ele, é buscar universalizar o atendimento primário e construir estrutura de atendimento secundário "que praticamente não existe".

Poluição

"Não adianta, por exemplo, você aumentar a quantidade de leitos em um hospital de alta complexidade, como é o de Messejana, para doenças do pulmão, quando o causador da doença é a poluição. E isso, só se identifica no atendimento primário", detalha, ao acrescentar: "não se pode esperar as pessoas adoecerem para tratá-las. Eu tenho que agir antes porque tratar doente é muito caro", disse.

Outro ponto positivo no sistema de saúde do Ceará, para ele, é a divisão por micro e macro-regiões, para delimitar o tipo de atendimento, se só primário, ou secundário e terciário (alta complexidade). Uma das propostas que ele defende e que, é ideia da própria Secretaria de Saúde do Estado, é dividir a macro-região de Fortaleza, que cresce acima da média, em duas.

"Eu espero que todos os candidatos concordem com essa ideia. Definindo isso, você tem a média complexidade instalada na sede de cada macro (e na Região Metropolitana seriam duas cidades-polo)".

"Discutir saúde na perspectiva da atenção primária não rende voto. Ninguém ganha eleição prometendo melhorar a educação em saúde. Vai ter que prometer hospital", lamentou.

Outro ponto crítico apontado por ele é o sistema de distribuição de medicamentos. "É preciso uma regionalização dos dispositivos de distribuição de medicamentos que facilite o acesso ao usuário". Além disso, deve haver política que exija maior rigor na prescrição dos medicamentos. Isso é algo importantíssimo que não está presente no discurso dos candidatos.

LÁ VAI O BESTA: Concordo meu caro professor com tudo que apontou, mais a falhas não param por ai, existem muitas outras que são verdadeiras aberrações, vou dar só um exemplo, em municipios pequenos não existe saúde publica, a saúde é apenas para os partidários dos politicos que ganharam a eleição, os outros são excluidos.

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