terça-feira, 17 de agosto de 2010

"Internacional ACIDENTE NA COLÔMBIA - Raio derruba avião no Caribe"

Segundo os passageiros, o voo ocorria normalmente, apesar do mau tempo. Após a aeronave tocar a pista, foi visto um clarão. "Achávamos que ia explodir", disse um dos brasileiros
FOTO: REUTERS

Uma pessoa morreu e 114 ficaram feridas; quatro brasileiros estavam à bordo, mas passam bem

Bogotá. Uma pessoa morreu e 114 ficaram feridas, ontem, no acidente de um avião Boeing 737-700, da companhia Aires, que se partiu em três durante uma manobra de aterrissagem na ilha colombiana de San Andrés, no Mar do Caribe. A aeronave teria sido atingida por um raio. A vítima que morreu, a colombiana Amar Fernández, 73, teve um infarto e foi internada, mas não resistiu.

Entre os feridos, há quatro brasileiros: os cariocas Ramiro Alves Branco Lobo de Almeida e Catherine Silva Lobo e o casal de gaúchos Tiago Cavalcanti e Caroline Gonçalves, que está grávida. Todos foram hospitalizados, mas estão fora de perigo. "Nossos documentos ficaram no avião. A maior preocupação agora é conseguir novos documentos para voltar logo para o Brasil", afirmou Tiago.

De acordo com Catherine, o voo transcorria normalmente, após a decolagem da cidade colombiana de Letícia. Apesar do mau tempo, com fortes chuvas e relâmpagos, a tripulação havia informado que a aterrissagem seria realizada.

"A gente viu que estava chegando, mesmo com os relâmpagos. Pouco depois de o avião tocar a pista, vimos um forte clarão. O avião partiu-se em três pedaços, e uma fenda abriu bem em frente à nossa poltrona", contou. "Saímos correndo, com muito medo do fogo. Achávamos que ia explodir. Tudo começou a cair na minha cabeça", diz. A carioca relatou que sofreu uma fissura no nariz, e o marido, Ramiro, teve cortes na cabeça e levou pontos.

"Até a hora em que anunciaram a aterrissagem íamos bem, mas de um momento para outro senti um golpe. A poltrona onde estava sentado saiu, expelida, mas me soltei e logo destravei o cinto das minhas filhas", afirmou Heriberto Rúa, que viajava com a esposa e as cinco filhas.

A aeronave transportava 121 passageiros e seis tripulantes, na rota Bogotá-San Andrés, afirmaram as autoridades, que atribuíram as causas do acidente a um fenômeno climatológico.

"O capitão da aeronave nos informa que o aparelho foi atingido por um raio. Estamos inspecionando os destroços do avião para tentar estabelecer quais foram os danos e o que provocou o acidente", explicou o subdiretor da Aeronáutica Civil, coronel Donald Tascón. Várias testemunhas asseguraram que no momento da aterrissagem ocorriam tempestades com descargas elétricas, que causaram o acidente.

Segundo o diretor de segurança civil da Polícia Nacional, general Orlando Páez, a habilidade do piloto evitou uma tragédia de grandes proporções. "É um milagre. A habilidade do piloto impediu que a aeronave saísse da pista. Pelo impacto, os motores se desprenderam", declarou o oficial colombiano.

As operações aéreas do aeroporto da ilha foram suspensas, enquanto uma comissão da Aeronáutica Civil iniciou uma investigação para estabelecer as causas do acidente. No entanto, a comissão investigadora e o ministro colombiano do Transporte, Germán Cardona, não conseguiram ir até o local por causa do mau tempo.

Cardona rejeitou a hipótese de falha técnica, pois o avião era novo e passava por manutenção rigorosa. "O avião é novo, adquirido recentemente, os protocolos de manutenção e segurança foram cumpridos há oito dias com todos eles. Pensamos que foi um acidente lamentável que por sorte não teve as consequências tão graves que poderia ter tido para os colombianos", afirmou o ministro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário