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Meu compadre sabiá
Marcamos esta reunião
Para ver no que vai dá
Esta nossa discussão.
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O macaco reclamão
Disse-me, que falta comida.
E é péssima a situação
Até na hora da dormida.
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O veado corredor
Que adora um isolamento
Disse-me, ser constrangedor.
O que esta acontecendo no momento.
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E o pequeno Beija Flor
Disse-me, está desconfiada.
Com o número de observador
Olhando-a, quando no ar fica parado.
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Chegaram de um jeito apressado
As rolinhas, nambus e juritis.
Denunciando ter sido depredado
Seus ninhos por quem esteve aqui.
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Também conversei com uma serpente
Que estava bastante irritada
Denunciando-me, que de repente.
Alguém destruiu sua morada.
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Chegaram um peba e um tatu
Estavam com a pele quase assada
Para denunciar o vigia urubu
Por não tê-los avisado da queimada.
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E com seu voar elegante
Chegou à senhora garça
Chamou-nos de ignorantes
E mandou acabar com a farsa.
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Chegou um pica pau zuadento
Querendo serrar o bico
Pedi para aguardar um momento
Enquanto resolvíamos o conflito.
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Iniciei a presente reunião
Com toda a bicharada
Ansiosos por uma solução
Que desse uma melhorada.
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Como papagaio falador
Gritei com toda ousadia
Calem a boca, por favor,
E vamos lutar contra a covardia.
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Eu que entendo o homem
Vou a todos representar
Para que em vossos nomes
Possa esses idiotas educar.
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Vou orientar os humanos
Com uma proposta beleza
Ensinando-lhes, que é engano.
Destruir a mãe natureza.
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Vou fazer encontros às sextas
Dizendo que queimar terra não tem lógico.
Ensinando a esses bestas
A ter consciência ecológica.
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Perguntaram, onde foi que aprendeu?
Falar assim tão bonito?
O papagaio respondeu,
São ossos do meu oficio.
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Finalizando, vou ensinar a vocês.
Que no atual mundo globalizado
Até nós, animais perderão a vez.
Se continuarmos assim, despolitizados.
Poeta: Joaquim da Rocha.
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