terça-feira, 16 de novembro de 2010

"SEGURANÇA - EUA traçam retirada do Afeganistão para 2014"

Barack Obama apresentará o plano aos aliados dos EUA na cúpula da Otan, que ocorre nesta semana em Lisboa
FOTO: REUTERS

Data foi sugerida pelo presidente afegão. Após o prazo, os EUA continuarão assistindo as forças do país

Washington. A semanas de uma esperada revisão de estratégia para a guerra no Afeganistão, a Casa Branca começa a revelar um plano concreto para transferir tarefas de segurança para afegãos em áreas selecionadas pelos próximos dois anos.

A intenção é deixar o país pronto para arcar com a responsabilidade por sua segurança em 2014, data sugerida pelo presidente afegão, Hamid Karzai, à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O plano será apresentado aos aliados dos Estados Unidos pelo presidente Barack Obama na cúpula da Otan que ocorre no fim desta semana em Lisboa, e já vem sendo classificado de a visão mais objetiva do atual governo americano para diminuir sua presença no Afeganistão.

Obama já havia determinado que a presença dos soldados no país - hoje, cerca de 100 mil- começaria a ser reduzida em julho de 2011. A data foi vendida como o início da retirada para apaziguar opositores.

Mas isso trouxe problemas. Os radicais do Taleban cimentaram a impressão de que os Estados Unidos deixariam totalmente o país no ano que vem.

Agora, a Casa Branca está empenhada em divulgar que o fim da transição só se dará em 2014 e que os Estados Unidos continuarão assistindo forças afegãs para além desse prazo. Membros do governo insistem em comparar a estratégia necessária no Afeganistão à utilizada no Iraque.

A chave do plano de Obama é aumentar as forças afegãs de cerca de 240 mil para 350 mil até 2013. Se esse contingente será realmente capaz de defender o país é um problema a parte. A estratégia chega em momento de dupla pressão.

No Afeganistão, a relação com Karzai está cada vez mais conflituosa. Em entrevista ao "Washington Post", no sábado, Karzai pediu "redução das operações militares" e fim de ataques noturnos, irritando os Estados Unidos. No cenário doméstico, Obama vê se acumularem avaliações de ausência de progresso na estratégia.

Ontem, o Taleban rejeitou as negociações de paz até que todos os soldados estrangeiros deixem o Afeganistão.

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