terça-feira, 23 de novembro de 2010

"RACHA NA BANCADA TUCANA - Deputados dispostos a mudarem de partido"

Raimundo Gomes de Matos ouviu os deputados e depois tinha encontro com os membros do Conselho
FOTO: RODRIGO CARVALHO

O atual presidente do PSDB cearense, ontem, conheceu a insatisfação de alguns dos deputados com a posição da sigla

A direção estadual do PSDB cearense tomou conhecimento, ontem, na reunião com os deputados estaduais eleitos para a próxima legislatura, que Rogério Aguiar e Osmar Baquit estão querendo sair da agremiação, descontentes com o rompimento do partido com o Governo Cid Gomes (PSB).

Além de várias reclamações sobre a desatenção da direção partidária com os seus candidatos à Assembleia, no último pleito, o presidente do partido, deputado Raimundo Gomes de Matos também foi informado de que o deputado Fernando Hugo não tem interesse em ser líder da agremiação, exatamente pelo de fato de a maioria da bancada estar disposta a apoiar a administração Cid Gomes.

O deputado Rogério Aguiar foi o único dos deputados eleitos que não compareceu ao encontro de ontem, um almoço com o deputado Marcos Cals, que foi candidato a governador nas últimas eleições e o deputado Raimundo Gomes de Matos, mas um dos presentes informou que o deputado havia comunicado a sua ausência e a disposição de não mais continuar no PSDB.

Amizade:
O deputado José Teodoro foi muito claro em dizer da sua relação de amizade com o governador Cid Gomes e seus irmãos, os deputados Ciro Gomes (federal) e Ivo Gomes, estadual, ficando implícito que ele não fará oposição ao Governo. Por seu turno, o deputado Moésio Loiola, embora não escondesse o seu descontentamento com algum posicionamento da agremiação, no período eleitoral, reafirmou sua decisão de permanecer nos quadros tucanos.

A direção do PSDB disse aos deputados que, em razão das ações de infidelidade partidária registradas no primeiro turno das eleições, com alguns tucanos não sufragando o nome do candidato a governador, Marcos Cals, foi editada uma Resolução exigindo fidelidade para com a candidatura de José Serra à Presidência da República.

Os tucanos, naquela oportunidade não foram informados da Resolução, mas os discursos das principais lideranças do partido foram no sentido de que as infidelidades do primeiro turno estavam esquecidas, mas todos deveriam votar e defender a candidatura de José Serra, no segundo turno, sob pena de terem que sair do partido.

Para os dirigentes tucanos, alguns dos filiados desobedeceram a recomendação e votaram na presidente eleita, Dilma Rousseff, embora só o deputado Júlio César Costa Lima, que não disputou reeleição, tenha feito campanha abertamente para a então candidata petista.

Conselho:
Na semana passada, o Conselho de Ética do partido fez uma reunião para avaliar o quadro e terminou não abrindo qualquer processo administrativo como estava sendo esperado por alguns deputados. Ontem, o presidente do PSDB estadual teria um encontro com os integrantes do Conselho, mas, como ficou acertado, no encontro com os deputados, no início da tarde, nada seria levado ao conhecimento da imprensa.

Não há informação que a direção estadual tucana tenha recomendado a abertura de investigação para efeito de expulsão de alguns dos seus deputados que são considerados infieis por desobedecerem orientações partidárias no segundo turno da disputa presidencial no Ceará.

Mesa da Assembleia:
Outro ponto tratado na reunião dos deputados do PSDB, ontem, foi relacionado à eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia, onde hoje o PSDB tem duas vagas, mas que em razão da redução da bancada na próxima legislatura, vai poder indicar apenas um nome para compor a nova direção do legislativo estadual.

Os deputados Gony Arruda e Fernando Hugo são os dois atuais integrantes da Mesa Diretora da Assembleia. Do grupo tucano que voltou para a Assembleia só o deputado Fernando Hugo, João Jaime e Moésio Loiola têm a confiança do partido. Os demais são considerados governistas: José Teodoro, Gony Arruda, Osmar Baquit, Téo Menezes e Rogério Aguiar.

Alguns deputados não querem a interferência de dirigentes do partido nas negociações para a participação de alguns dos seus na composição da nova Mesa Diretora da Assembleia. Eles próprios querem tratar da questão com os integrantes da base governista em razão das boas relações que continuam mantendo com eles.

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