domingo, 14 de novembro de 2010

"PARA 2011 - Lula e Dilma propõem salário de R$ 550"

O presidente Lula e a presidente eleita Dilma querem barrar projetos que comprometam o superávit
FOTO: ROBERTO STUCKERT FILHO

As equipes de Lula e Dilma avaliam que esse seria o valor mais aceitável do ponto de vista fiscal

Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita Dilma Rousseff querem fixar em no máximo R$ 550 o valor do salário mínimo no próximo ano. Isso daria um aumento real de 2,2%, abaixo dos 7,7% reivindicados pelas centrais sindicais. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

As equipes de Lula e Dilma avaliam que esse seria o valor mais aceitável do ponto de vista fiscal, sinalizando ao mercado financeiro que haverá uma busca de controle dos gastos públicos. Os dois orientaram suas equipes, a barrar projetos no Congresso Nacional que possam comprometer a meta de superávit primário de 3,3% do PIB - toda economia do governo para pagamento de juros da dívida pública.

Daí a decisão de evitar um aumento elevado para o mínimo. A proposta original do governo é de R$ 538,15, sem aumento real, já que a economia não cresceu em 2009 - a regra atual prevê reajuste pela inflação, mais a variação do PIB de dois anos antes.

Esse valor representaria um gasto de R$ 8 bilhões no Orçamento do ano que vem.

Lula não quer deixar o governo com "zero de reajuste real". Por isso, acertou com Dilma antecipar uma parcela do aumento real para 2012 - que deve ficar acima de 7,5%, previsão de crescimento da economia.

As centrais sindicais defendem R$ 580, o que daria gasto extra de R$ 12 bilhões, além do que já foi incluído pelo governo no Orçamento. Já os R$ 550 de Lula e de Dilma implicariam uma despesa extra menor do governo, de R$ 3,3 bilhões.

A estratégia do governo é aprovar o valor de R$ 538,15 na votação do relatório preliminar na Comissão de Orçamento. Em seguida, abriria negociações com as centrais com base nesse valor. As equipes de Lula e Dilma já avisaram aos sindicalistas que só concordam em dar o aumento real no próximo ano se ele for descontado do reajuste do mínimo de 2012. Caso contrário, avisaram que a regra atual será obedecida.

O governo sabe que será pressionado a chegar a R$ 560, mas pretende resistir, já que esse valor representaria uma antecipação do reajuste real de 2012 de 4%, mais da metade do previsto. Além disso, Dilma, pretende formalizar a regra atual, aprovando projeto no Congresso.

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