sábado, 31 de julho de 2010

"Nacional no Blog do Poeta - CONCLUSÃO DO DELEGADO - Bruno teria esperado a Copa para matar Eliza"

Edson Moreira, mostrando a foto do executor do crime, apresentou provas de que Eliza realmente está morta.
FOTO: AG. O GLOBO

Polícia afirma que o crime foi premeditado por Bruno, aproveitando a folga do Flamengo durante a Copa.

Belo Horizonte - O delegado Edson Moreira afirmou ontem que a morte de Eliza Samudio foi premeditada pelo goleiro Bruno de Souza. Segundo Moreira, ele usou o intervalo do Campeonato Brasileiro para a Copa da África do Sul para colocar em prática o plano de matar a jovem.

Eliza Samudio desapareceu no início de junho. Ela teve um relacionamento com Bruno e tentava provar, na Justiça, que ele é pai de seu filho. Para a Polícia, ela é considerada morta. O inquérito do caso foi encerrado na quinta-feira (29) e entregue à Justiça ontem.

O delegado afirma que a execução do plano de matar Eliza teve início em 4 de junho, dia anterior ao último jogo do Flamengo na competição nacional. "Já estava tudo previamente planejado a partir de maio. Sabiam que teria o intervalo da Copa, começa a execução do crime", diz Moreira.

Segundo o delegado, em 10 de junho, por volta de 19h, o amigo de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão), o menor e Sérgio Rosa Sales (primo de Bruno) levaram Eliza, a criança e uma mala até a região da Pampulha, em Belo Horizonte, onde encontram o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola.

A jovem teria sido levada até a casa de Bola, em Vespasiano (MG), onde foi executada por asfixia. Bola pediu para as pessoas saírem do recinto e, depois, voltou com um saco onde estaria o corpo de Eliza, foi ao canil e, segundo o menor, atirou uma das mãos aos cachorros.

"A criança é a prova material de que Eliza estava morta, porque ela jamais iria deixar a garantia de um futuro estável", diz Moreira. A polícia chegou a considerar que a jovem foi morta em 9 de junho. Mas, em depoimento, a mulher de Bruno, Dayanne de Souza, disse que viu Eliza viva em 10 de junho. A partir disso, a polícia mudou a data da suposta morte.

Os registros do GPS do carro de Bruno, que mostram o trajeto percorrido com Eliza já em Minas Gerais, fariam parte das provas da materialidade indireta do crime. Amostras de sangue do menor e de Eliza no interior do veículo, que mostram que houve luta entre os dois, também são consideradas provas. O delegado também cita como pontos importantes o depoimento e a descrição feita pelo menor sobre a morte de Eliza por asfixia.

"Claro que tendo uma pessoa experiente, que conhece e sabe como matar e sumir com um corpo, vai ser difícil achar esse corpo. Por isso optamos pela materialidade indireta. O menor mudou a versão várias vezes, mas é o único que estava do início ao fim do caso. A polícia calçou cientificamente o depoimento do menor. Não tem jeito de quebrar . É científico e coerente", afirma Moreira.

Buscas continuam

As buscas pelo corpo de Eliza Samudio continuam, apesar do encerramento das investigações. Mesmo sem a Polícia ter encontrado vestígios do corpo de Eliza, nove pessoas foram indiciadas por suspeita de envolvimento na morte da jovem. Todos negam participação no crime. De acordo com relatório divulgado pela polícia, há três provas de que a jovem foi morta. A primeira, o sangue dela encontrado em um dos carros de goleiro. A segunda é o resgate do filho de Eliza (que foi encontrado na casa de uma mulher desconhecida, em Ribeirão das Neves, em Minas Gerais). A terceira é a contratação do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos.

TAMBÉM INDICIADA
Polícia mineira pede prisão de amante

Belo Horizonte - A Polícia Civil de Minas Gerais pediu ontem à Justiça a prisão preventiva de Fernanda Gomes de Castro, amante do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio. Ela é a única dos nove indiciados que está em liberdade.

O advogado de Bruno vai cuidar também da defesa de Fernanda Gomes de Castro. Ércio Quaresma afirmou que prepara um pedido de habeas corpus para a loura, que afirmou ter cuidado do bebê de Eliza na época do desaparecimento.

Questionado se Fernanda Gomes pretendia se apresentar à polícia, o advogado reafirmou apenas que vai dar entrada com o pedido de habeas corpus na Justiça. Ele também não deu informações sobre o paradeiro da amante de Bruno. Ércio Quaresma está no Rio de Janeiro para negociar os salários do goleiro com o Flamengo, mas não quis falar sobre o assunto.

Na semana passada, Fernanda foi até o Departamento de Investigações, em Belo Horizonte, e conversou com os delegados que investigavam o caso. À Polícia, ela admitiu que viajou com Bruno do Rio de Janeiro até Minas Gerais, na época em que Eliza Samudio desapareceu, mas afirmou que não teve contato com a jovem. A primeira parada do casal foi em um motel, em Contagem (MG). Ela disse ainda que Macarrão estava no mesmo estabelecimento.

Segundo o delegado Edson Moreira afirmou, foi pedida ainda a prisão preventiva dos outros oito suspeitos de envolvimento no sumiço e na suposta morte de Eliza Samudio. No início de julho, a Justiça de Minas Gerais decretou a prisão temporária de oito suspeitos. Com o novo pedido, a Polícia mineira pretende estender a permanência deles na cadeia.

Fernanda Gomes de Castro foi indiciada pelos crimes de homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.

FONTE: DN.

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