quinta-feira, 29 de abril de 2010

"*****Ciro Gomes se vai.*****"

À PARTE A gestualidade dramática com que se retira, que sempre lhe rendeu bons espaços na mídia, o fato é que há muito tempo nem o próprio Ciro Gomes acreditava mais na viabilidade eleitoral de sua candidatura.

O CHEIRO DO ralo para onde escorreria seu projeto já podia ser aspirado desde o final do ano passado, quando a candidatura de Dilma Rousseff demonstrou potencial de crescimento suficiente para polarizar a disputa.

FOI QUANDO Ciro “descobriu” os desvios do PMDB e passou a atacar a aliança do presidente Lula com eles, tendo como objetivo não declarado tomar do partido a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff.

COMO NEM seu próprio partido apoiou a manobra divisionista e outros sinais partiram do governo para reforçar a participação do PMDB na campanha de sua candidata, Ciro partiu para o balão de ensaio mais ousado.

PASSOU, ENTÃO, a “ficar” (para usar uma expressão atual) com o tucano Aécio Neves, cuja candidatura defendeu com oferta de novas fidelidades: por ele – declarou – renunciaria, aceitando compor como seu vice.

ISSO, SEM SE dar sequer ao trabalho de explicar como subiria no mesmo palanque onde já estariam Fernando Henrique e José Serra, a quem trata como inimigos e com os adjetivos menos elegantes, entre os publicáveis.

RETIRA-SE, agora, como quem abandona o banquete e aos gritos por não encontrar assento à direita do príncipe. Como quem não voltará mais ao convívio dos salões. Como se concluísse ali sua vida de comensal, se vai.


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