quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Brasil: eleições presidenciais sempre disputadas."

VISTO EM perspectiva, o histórico das eleições presidenciais no Brasil revela um equilíbrio estável entre o eleitorado de perfil mais conservador e outro, de traços mais progressistas.

AQUI, QUASE não há eleitores de corte extremado, à direita ou à esquerda. O cidadão comum é, na média, um centrista – pouco sensível, em condições normais, ao apelo de argumentos radicais. Esta nação desconfia dos herois.

O QUADRO oscila com o movimento pendular de uma classe média que cresce com a urbanização. Tem cada vez mais peso nas decisões e tende a escolhas moderadas. No Brasil, eleitor arrisca pouco.

NO PERÍODO atual, as seis últimas eleições presidenciais confirmam um apertado equilíbrio entre as duas vertentes dominantes do eleitorado brasileiro – moderadamente conservadores ou progressistas:

1989 – no segundo turno, o liberal Fernando Collor venceu Lula, candidato da esquerda apoiado por Brizola e Covas, por pequena margem: 53% a 47%.

1994 – Mesmo com toda a força do Plano Real, Fernando Henrique só conseguiu evitar o segundo turno por uma vantagem mínima de 4,3%.

1998 – Nesse ano, a margem obtida pelo presidente das privatizações foi apertada, apesar do rolo compressor da máquina de governo: 53% a 47%.

2002 – Final ruim para o ciclo tucano (desemprego, recessão), Lula foi, mesmo assim, ao segundo turno por uma diferença de apenas 3,6% no primeiro.

2006 – Com o desgaste da crise do “mensalão”, Lula deixou de ganhar do apático Alkmin já no primeiro turno por uma diferença quase decimal: 1,4%.

NÃO É CLARO, uma “regrinha”: é tendência histórica, e recente, podendo ser contrariada por novos fatores. Fundamenta, no entanto, as avaliações de que teremos em 2010, novamente, uma disputa muito acirrada. A ver.

Sem Ciro, Marina cresce.

JÁ QUASE SE anuncia à retirada, à revelia dele, da candidatura presidencial de Ciro Gomes e a pergunta que se faz na imprensa para o day after é: caso se confirme, quem será mais beneficiado, Dilma Rousseff ou José Serra?

AO FINAL, nenhum deles. É certo que, a curto prazo, os votos potenciais do deputado tendam a migrar, segundo as pesquisas, para Serra e Dilma na proporção de 2 para 1, respectivamente. Isso, hoje, ou seja, antes da disputa.

NO CURSO da campanha, contudo, a saída de Ciro beneficiará Marina Silva. Simples: a candidata do PV seria a única opção para os eleitores não cooptados pela simplificação grosseira da dicotomia Governo x Oposição.

SÃO AQUELES 15% de eleitores a quem os liberais não enganam e a esquerda não convence. Um voto “higiênico”, cuja motivação predominante é de natureza Ética. É a turma da faxina, o “Fora tudo”! Eles vão de Marina.

CRESCERIA a candidatura da senadora, ainda, em relevância política, ocupando mais espaço na cobertura da mídia. Mais: caso ocorra segundo turno, seus eleitores, e somente eles, serão o fiel da balança na decisão.

MARINA: sem Ciro, mais visibilidade.

Depois do amanhã

ASSINANTE, fui informado pelo jornal que, em breve, O POVO lançará uma publicação institucional patrocinada pela Prefeitura de Fortaleza. Trata-se de um kit com revista e CDROM – ineditorial, explícito, pelo que entendi.

O NOME DO produto não poderia ser mais adequado: “Fortaleza do futuro”. Afinal, é disso mesmo que vamos vivendo por aqui: idéias para depois.

LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.

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