segunda-feira, 22 de março de 2010

"O que decide uma eleição?"

A DECISÃO de voto em candidato governista nas sucessões presidenciais, aqui e em outros países, se dá em função de cinco fatores, quase sempre nesta ordem por critério de relevância:

SEGURANÇA: a conjuntura econômica – Quando o eleitor deseja continuidade administrativa, é preciso que outros fatores entrem em crise para que fracasse o projeto de preservação do poder. Única exceção, são os casos em que enfrenta adversário com altos índices de popularidade.

IDENTIDADE: o perfil do candidato – Se a primeira condição estiver bem atendida, grande parte da energia que move uma candidatura à vitória estará mobilizada na imagem do candidato – a percepção consolidada de seus atributos positivos. É bom lembrar: quem vai para a disputa é ele!

CONFIANÇA: a aprovação do mandatário atual – Na cabeça do eleitor, funciona assim: quem sabe fazer, sabe a quem delegar. Quanto mais equivalência houver entre os candidatos, mais peso terá o apoio do mandatário.

ATUALIDADE: o tempo de presença no poder – Não basta que as coisas venham dando certo. O eleitor deve estar convencido de que a velha receita resolve os novos problemas. Um bom passado nem sempre é um bom modelo para o futuro. Todo projeto tem prazo de validade.

CONVERGÊNCIA: a unidade, o conceito de um rosto só – Assim como um governo não tem dois presidentes, não deve ter dois candidatos para não pulverizar a força do seu significado – o conceito. É estatístico: a pluralidade de candidaturas sempre rendeu melhores resultados para a oposição.

EM TORNO disso tudo, pairam os fatores relativos à identificação partidária – embora cada vez menos relevantes, no caso brasileiro – e à estrutura de representação regional, quase incontornável no contexto de um país de grande território, como o nosso.

Espelho meu

QUANDO SAI em defesa da construção do estaleiro no Titanzinho, o governador Cid Gomes diz não aceitar “a pecha de político que quer desenvolvimento a qualquer preço” e que seu apoio ao projeto se dá em nome dos pouco mais de mil empregos que viria a oferecer.

SE PRETENDE mesmo se identificar com um perfil mais contemporâneo de estadista, o governador deve se fixar menos na imagem que encontra no espelho e se fazer a pergunta que fazem os homens públicos mais atualizados com a nova demanda por um mundo clean que os desafios presentes reclamam.

A PERGUNTA é: – Não haveria outro empreendimento capaz de gerar os mesmos mil empregos sem os prejuízos paisagísticos, culturais e econômicos que o estaleiro causaria, degradando ainda mais uma área da cidade que precisa, ao contrário, de recuperação e atratividade social?

EMBORA se pretenda moderno, Cid Gomes argumenta como prefeito de roça. É provinciano ao afirmar que “o assunto deve ser decidido pela comunidade local”, quando – é claro! – o projeto tem repercussões sobre o planejamento global da cidade.

QUANTO À resposta de Luizianne Lins, reagindo à desenvoltura do governador – “A cidade tem prefeita!” – é curioso que tenha se tornado tão necessário lembrar o fato. No mínimo, sintomático.

CID: Argumentos fracos para projeto ruim.
Outro fórum é possível?

MOBILIZADOS em torno do lema “outro mundo é possível”, reuniram-se uma vez mais em Porto Alegre as tribos do Fórum Social Mundial, a holding alternativa do pensamento antiliberal.

ASSIM COMO, em anos recentes, os que pretendem outro mundo não tiveram independência de espírito suficiente para a necessária crítica do escândalo do mensalão petista, desta vez a repressão ao movimento civil e à liberdade de imprensa na Venezuela foram igualmente ignoradas.

A NOVA ESQUERDA revalida, em relação à velha, o genoma comum de contemporizar com a corrupção e a violência quando patrocinadas pelos governos de seus companheiros e condená-las duramente quando praticadas por todos os demais.

A INDIGÊNCIA moral e intelectual, reiterada no encontro recente, faz com que os antiliberais que não acampam sob o manto da hipocrisia já andem por aí a se perguntar: outro fórum é possível?

MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.

LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.

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