segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Marina Silva: entre a modernidade e o evangelho."

Curiosas, as contradições por onde se envereda a candidatura verde de Marina Silva.

Evangélica, seus valores morais se chocam com expectativas de segmentos sociais potencialmente inclinados a apoiá-la, sobretudo entre minorias de gênero e opção sexual e no meio universitário – movimentos típicos de classe média urbana.

Entre seus apoiadores – ongueiros e cultores de um estatuto amplo para as liberdades individuais – poucos concordam com o que ela pensa a respeito de aborto, eutanásia, células-tronco e homossexualismo, para ficar apenas nas questões mais controvertidas.

Se entre ela e sua base mais organizada há uma afinidade geral em relação a questões de dimensão coletiva, há um conflito insolúvel nas suas concepções sobre até onde deveria interferir o Estado nas decisões da vida privada.
A figura doce, de expressão modesta, e a conduta honesta da candidata no trato com essas questões têm garantido a ela, até o momento, uma zona de conforto na convivência com setores que apóiam sua candidatura, mas não rezam em seu evangelho.



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