sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Nacional ERENICE GUERRA - Demissão não será suficiente, diz oposição"

O senador Álvaro Dias disse que vai manter o requerimento apresentado ao CCJ para que Erenice deponha no Senado
AG. SEN

A oposição quer que Dilma Rousseff também seja investigada nas denúncias que envolvem a ex-ministra

Brasília. A demissão de Erenice Guerra da Casa Civil não foi considerado suficiente para a oposição, que continuou cobrando explicações da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, sobre as denúncias de tráfico no ministério instalado dentro do Palácio do Planalto. E quer que a petista seja investigada também.

O líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), disse que as irregularidades apontadas ocorreram enquanto Dilma era a ministra da Casa Civil, em 2009, e que, por isso, ela deve explicações à sociedade.

No caso de Erenice, Bornhausen acrescentou que ela já pode ser investigada pela Polícia Federal, pois não tem mais foro privilegiado. Lembrou que, até agora, Dilma dizia que tinha plena confiança e cumplicidade com a ex-assessora, o que tornaria pouco plausível a explicação de que desconhecia possíveis irregularidades. "Ficou claro que os atos de corrupção aconteceram, todos, sob a gestão de Dilma na Casa Civil. Então, ou ela não sabia, e é prova de que é absolutamente incompetente, ou ela sabia e era conivente. Dilma tem que ser investigada pelo Ministério Público. O MP tem o dever de investigá-la. E, como candidata, Dilma tem que responde", disse Bornhausen.

Na mesma linha, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que a saída de Erenice da Casa Civil é "uma demissão pela metade". O tucano informou que vai manter o requerimento apresentado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) convocando a então ministra Erenice Guerra para depor sobre denúncias de tráfico de influência na Casa Civil. "A Erenice tem muito a falar na CCJ do Senado. A Dilma quis se ausentar do caso e disse que estavam procurando uma ´bala de prata´ contra sua candidatura. Parece que encontraram. Se a Dilma for eleita, e espero que não, esse problema não se esgota com a eleição dela. Ela não pode terceirizar essa responsabilidade, não pode tirar o copo fora. A Erenice é a demissão pela metade", disse Álvaro Dias.

O presidente da CC do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), já avisou que o requerimento só será analisado depois das eleições. "Essa demissão dá um carimbo para a candidatura Dilma que não é positivo. Sempre disse que haveria segundo turno, e acredito que ele seria bom para debates relevantes" disse Rodrido Maia, presidente nacional do DEM.

A demissão de Erenice Guerra foi "comemorada" pela oposição em "sites" e no twitter. "A demissão é só o começo da investigação. Não podemos deixar de apurar os fatos com seriedade e transparência", disse Gustavo Fruet (PSDB-PR.) "A rede familiar montada por Erenice, braço direito de @dilmabr dentro do governo, é algo assustador. E @dilmabr não sabia?" ironizou, no twitter, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

ESCÂNDALOS NA CASA CIVIL
Serra não relaciona a questão eleitoral

O candidato tucano disse que a Casa Civil está envolvida em vários escândalos nos últimos anos

São Paulo. O candidato do PSDB à Presidência da república, José Serra, disse ontem, em Campinas, que a saída da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, do cargo, após denuncias de suposto tráfico de influências, não é uma questão eleitoral, mas sim ligada aos rumos do Brasil.

"São sucessivos escândalos na Casa Civil nos últimos anos. O mau exemplo para o Brasil, um problema grave de funcionamento do governo. E eu não falo aqui como candidato, falo como brasileiro", disse Serra.

"Hoje, o que precisa de fato é uma investigação séria, que não jogue areia nos olhos dos brasileiros, mas, pelo contrário, jogue luz sobre esse escândalo para que todos os responsáveis diretos e indiretos possam ser punidos", declarou o tucano.

Serra afirmou que seus adversários usam o tom eleitoral como pretexto para desviar a atenção dos escândalos.

"Até ontem estavam dizendo que era uma jogada eleitoral. Estavam procurando jogar areia nos olhos com essa história", disse o candidato.

"Agora todo escândalo que aparece sempre tem um pretexto: há, não, é a eleição, são denuncias de caráter eleitoral. Não são não. A prova é que o governo teve de afastar essa todo-poderosa ministra".

O candidato tucano disse nesta quinta-feira que não vai analisar a queda de Erenice Guerra da Casa Civil do ponto de vista eleitoral e que irá aguardar as investigações .

ESPANTO
Marina recebe notícia em comício

Varginha (MG). A candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva, recebeu a notícia da demissão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e disse: "Ela já caiu". Marina, que recebeu a notícia através de um bilhete, transmitiu a notícia enquanto discursava para correligionários e eleitores ontem em Varginha, no Sul de Minas Gerais, onde faz campanha com o candidato ao governo de Minas pelo PV, José Fernando.

"É assim que as coisas têm que acontecer. Eu me mantive dizendo: investigação, punição. E não entrando na armadilha do vale tudo eleitoral. Até porque qualquer coisa que se diga parece que é só para ganhar ponto. Que bom! É isso que eu quero do Brasil. É o Brasil funcionando com instituições isentas para fiscalizar quem pratica erro. Inclusive eu, se um dia eu errar".

Demissões

O governo do Distrito Federal exonerou ontem o filho da ex-ministra Erenice Guerra, Israel Dourado Guerra, do cargo comissionado que tinha na Terracap (Companhia Imobiliária do Distrito Federal).

Em nota, o governador Rogério Rosso (PMDB) também determinou a suspensão de pagamento do que ele tinha a receber. A Corregedoria do DF fará ainda um procedimento administrativo para apurar eventuais irregularidades de Israel na sua função. O governo mandou a Novacap - Companhia Urbanizadora da Nova Capital exonerar o irmão de Erenice, José Euricélio de Carvalho.

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