sábado, 7 de agosto de 2010

"SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Hiroshima lembra 65 anos da bomba atômica"

Pombos voam sobre o Parque Memorial da Paz em frente à Cúpula da Bomba Atômica em Hiroshima.
KYODO/REUTERS
Pela primeira vez, os EUA enviaram um representante para a cerimônia, que homenageou os mortos.

Hiroshima. O Japão lembrou ontem o 65º aniversário do lançamento da bomba atômica contra a cidade de Hiroshima com uma convocação ao desarmamento nuclear. Pela primeira vez, a cerimônia foi assistida por um representante dos Estados Unidos e pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.

Milhares de pessoas se concentraram no Parque Memorial da Paz às 8h15 (hora local), o horário exato em que o avião americano "Enola Gay" deixou cair sobre Hiroshima a bomba "Little Boy", em 1945.

Três dias depois, os Estados Unidos lançaram sua segunda bomba atômica, batizada como "Fat Boy", sobre a cidade de Nagasaki, o que levou à rendição do Japão em 15 de agosto de 1945 e ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

No fim de 1945, o número de mortos por conta das bombas era de aproximadamente 140 mil pessoas em Hiroshima e 74 mil em Nagasaki, embora a quantidade de vítimas nos anos seguintes pelas sequelas das radiações tenha sido muito maior.

Esteve presente na cerimônia o embaixador americano no Japão, John Ross, o primeiro representante de um governo dos EUA a assistir a um aniversário do ataque, além de delegados da França e do Reino Unido, também pela primeira vez, e outros 70 países.

Após lembrar o instante no qual a bomba caiu sobre a cidade com um minuto de silêncio e várias badaladas, o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, engrossou o coro dos que pedem um mundo sem armas nucleares e pediu ao Governo japonês que lidere os esforços para isso.

Em sua "Declaração de Paz", Akiba reivindicou que o Japão "abandone a proteção nuclear dos EUA", principal aliado de segurança do país asiático.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, se uniu à convocação para o desarmamento e lembrou os avanços conseguidos em maio deste ano, durante a conferência para a revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). "As armas nucleares não devem causar sofrimento nunca mais", afirmou.

O secretário-geral da ONU também falou brevemente e ressaltou que "o único caminho sensato para um mundo mais seguro é um mundo livre de armas de destruição em massa". "Enquanto existirem armas atômicas, viveremos sob uma sombra nuclear", disse, para depois acrescentar que, no próximo mês de setembro, deverá convocar uma Conferência de Desarmamento em Nova York.

O embaixador americano, por sua vez, destacou a necessidade de os países "seguirem trabalhando juntos para conseguirem um mundo sem armas nucleares, pelo bem das futuras gerações". Após o evento, as autoridades visitaram o Museu Memorial da Paz de Hiroshima.

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