quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Internacional CONDENADA A APEDREJAMENTO - Irã rejeita oferta do Brasil de asilo a mulher"

Lula havia se oferecido para abrigar Sakineh Mohammadi, condenada por dultério; ela já recebeu 99 chibatadas
FOTO: REUTERS

Ministério do Exterior iraniano afirmou que o presidente é muito "emotivo" e não tem informações suficientes

Teerã - O Irã rejeitou, ontem, oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo a uma iraniana condenada à morte por apedrejamento.

A sentença imposta a Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, por ter um relacionamento extraconjugal, o que ela nega, despertou protestos de grupos de defesa dos direitos humanos e grande indignação internacional. Lula pediu que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, permitisse que o Brasil desse asilo à iraniana.

"Pelo que sabemos do senhor (Lula) da Silva, ele tem um caráter emotivo e humano, e provavelmente não recebeu informações suficientes", afirmou o porta-voz do Ministério do Exterior Ramin Mehmanparast, em entrevista coletiva.

"Podemos dar detalhes do crime dessa pessoa, que foi condenada, e então acho que a questão ficará esclarecida para ele", afirmou o porta-voz.

O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que Mohammadi Ashtiani foi condenada em 2006 por ter um "relacionamento inapropriado" com dois homens e recebeu 99 chibatadas como sentença.

Assassinato, adultério, roubo armado, apostasia e tráfico de drogas são todos crimes puníveis com a pena de morte pela lei islâmica do Irã, implementada desde a Revolução de 1979.

Na Argentina, Lula afirmou que a proposta do Brasil foi um pedido de caráter humanitário e não político. "Eu não fiz um pedido de asilo. Eu fiz um pedido mais humanitário do que uma coisa política", afirmou o presidente. "Eu fico feliz que o ministro do Irã tenha percebido que eu sou um homem emocional". O presidente brasileiro se disse ainda disposto a dialogar, "se houver disposição" por parte do Irã e afirmou que "como cristão" considera o apedrejamento uma "morte bárbara".

"Pelo que soube, ou ela ia morrer por apedrejamento ou por enforcamento e nenhuma dessas mortes é humanamente aceitável", disse. "Sobre a questão de direitos humanos no Irã, eu sei que cada país tem suas leis, sua constituição, sua religião. E, gostando ou não, temos que respeitar o procedimento de cada país", acrescentou.

Sanções

Lula ainda criticou, ontem, as grandes potências pela imposição de sanções contra o Irã como punição pelo controverso programa nuclear do país.

"Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) deveriam falar com o Irã. Não é possível que não se dialogue quando se quer a paz", afirmou.

Também ontem, os Estados Unidos anunciaram medidas para tornar mais difícil para o Irã burlar as sanções impostas. O governo norte-americano listou 21 empresas em seis países que seriam controladas por Teerã.

As empresas - bancos, firmas mineradores e de outros setores, muitas delas baseadas na Europa e no Japão - são acusadas de servirem de "fachada" para o Irã. Entre as sancionadas, estão dois bancos na Belarus, duas empresas de investimentos na Alemanha e companhias mineradoras e de engenharia no Japão, Alemanha, Itália e Luxemburgo.

LÁ VAI O BESTA: Não concordo com o Presidente Lula quando diz que temos que respeitar os costumes de uma nação, principalmente quando seus mandatários usam o nome de Deus, a moral e os bons costumes para cometerem atos de atrocidades. O que esta mulher fez não é passível de punição em lugar algum, afinal quando ela teve um relacionamento com outro homem, seu esposo já havia falecido.

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