A INUNDAÇÃO de motocicletas nas cidades do interior é mais um entre os muitos fenômenos recentes de massificação de tecnologia que desafiam a capacidade de fiscalização e controle do poder público.
A NORMA vigente em todo o país impõe porte de habilitação, uso de capacete e ocupação máxima de duas pessoas. É isso aí ou apreensão do veículo. Mas, no interior, fez-se morta, a lei, pois o desacato é generalizado.
LOGO, NÃO resta outra alternativa, senão reprimir o mal uso do transporte e, mais, em medida suficiente para gerar mudança de conduta, pois o que está em jogo aí é algo sério: a preservação de vidas humanas.
HÁ NOTÍCIAS de candidatos que, em campanha pelo interior, exigem a omissão do poder público na fiscalização, fazendo coro com os que reagem à apreensão dos veículos pelos órgãos competentes.
DE CASO pensando, denunciam como abuso de autoridade o cumprimento de um dever básico, acusando o governo de “arrogante”, que “humilha o homem simples do sertão”, negando a ele “o direito sagrado de ir e vir”. Puf!
POR QUE se deveria aceitar que ao “homem simples do sertão” seja dado o direito de matar? Conduzir uma criança de oito anos, sem capacete, na garupa de uma moto é uma conduta criminosa. Ponto.
AFINAL, O que acabam por defender é que o poder público faça vistas grossas diante de situações de risco com a promessa subliminar de, se eleitos, afrouxar o controle. Pega mal, essa aliança tática com a ilegalidade.
HÁ HIPOCRISIA em excesso nessa postura porque os que exigem hoje que o governo se omita em suas responsabilidades certamente irão, mais adiante, cobrá-lo pelo agravamento das estatísticas, caso acate suas temerárias exigências. É palanque improvisado sobre poças de sangue.
Crenças, discursos, imagem e estratégia
QUANDO FALA em crescimento da economia e garantia de emprego, Dilma Rousseff fala para a massa. Quando acena com uma “presença mais forte do estado na economia”, conversa com gente da universidade.
O DISCURSO do “estado produtor” fortalece a (pouca) identidade da candidata com o partido e mobiliza a militância. É conversa para o público interno ao custo calculado de algum desgaste com eleitores de centro.
A EQUAÇÃO “mais estado, menos mercado” diz pouco ao sentimento popular. Essa gente quer fazer três refeições por dia ir para a cama sabendo que no dia seguinte vai deixar o menino na escola e sair para o trabalho.
DÊEM-LHES isto – teto, pão e uma vizinhança pacata – e será preciso nascer duas gerações até que se queira sonhar com outros horizontes. Não torça o nariz: o raciocínio se apóia sobre as lições da história.
APESAR DOS ruídoscausados, a confessada fé no Estado já produziu um resultado positivo para a imagem da candidata, que se esforça em parecer (creio que é) pessoa de idéias próprias e não mera sombra do seu patrono.
MAS, PELA performance dela no encontro do PT, deu para ver que Duda Mendonça vai trabalhar duro em 2010: a mulher é dura! Não esconde o temperamento agressivo e o “texto” ainda não comove a arquibancada.
DILMA: Lula indicou, o PT disse amém.
Neovivandeirismo light
QUANDO O ex-presidente Fernando Henrique insiste em enquadrar Dilma Rousseff como esquerdista, o que pretende: levar os empresários à porta da embaixada norte-americana ou as donas-de-casa à guarita dos quartéis?
FHC DEVERIA mudar a prosa, antes que uma pergunta tola como essa seja feita com mais freqüência e os eleitores passem a acreditar que José Serra, seu candidato, tem, ao contrário, todas as qualidades de um bom direitista.
MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.
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