SOB PRESSÃO para que desista de sua candidatura, Ciro Gomes preferiu não passar recibo diante das pesquisas eleitorais recentes, que indicam queda em seu índice de intenção de votos, e decidiu tensionar sua relação com o governo.
CIRO JOGA de modo explícito com a lógica da eleição em dois turnos, cenário mais provável, se mantidas a sua candidatura e a de Marina Silva, quando poderão assegurar posições futuras mediante o apoio a outros candidatos.
A TENSÃO arterial de Lula que se prepare para oferecer ao deputado cearense uma vantajosa contrapartida, caso queira passar a coleira no pescoço do deputado e exibi-lo como um troféu no palanque da dona Dilma.
O PRESIDENTE tem pressa em definir o quadro, embora saiba, por sua longa experiência de negociador como líder sindical, que as exigências do curto prazo cobram maiores concessões.
O JOGO PODE virar de vez em favor do presidente se a candidatura de Ciro Gomes cair mais alguns poucos pontos nas pesquisas cujos resultados serão divulgados logo após o carnaval.
ABAIXO dos dois dígitos e sem estrutura partidária, ninguém tem poder de fogo para pressionar um presidente com a popularidade de Lula. Menos ainda, se a curva ascendente de sua candidata se confirmar uma vez mais.
ISTO É, Ciro agiu com precisão ao tensionar agora a relação com os parceiros do governo, mas talvez não possa esticar a corda além do limite a que chegou. Março – o prazo de definição anunciado – começa em três semanas.
CIRO: de aliado a dissidente? Oremos
O JORNALISTA Fábio Campos, de O Povo, escreveu em sua coluna que Ciro Gomes seria “como um raio de sol na obscuridade em que se meteu a política no Brasil” – algo assim como uma versão brasileira de Nelson Mandela.
TALVEZ o jornalista queira apenas destacar o baixo nível ético com que se exerce a representação em nosso país, e não, como parece à primeira vista, supor que o deputado esteja tocado pelas graças da Providência.
É VERDADE que Ciro Gomes nunca teve, apenas para dar um exemplo, seu nome envolvido nas picaretagens rotineiras da vida pública e os desafetos poderosos que atraiu jamais o teriam poupado, se maior motivo houvesse.
É, PORTANTO, um político diferenciado em muitos aspectos, mas não é a única vocação pública qualificada do país ao ponto de ser ungido como uma luz em meio às trevas. Menos.
PARA FICAR somente entre os candidatos a presidente, cito outros três, com biografias igualmente dignas de respeito: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva – nenhum deles desmerece a presidência.
NENHUM, contudo, é líder sem mácula. Em Ciro, por exemplo, o discurso moralizador não corresponde ao fato de ser um parlamentar relapso com suas funções e sua evocação frequente a questões de princípio não esconde a ocorrência de cinco filiações partidárias.
SE ESSA conduta basta para ungir um "salvador da pátria", arrependei-vos, pois o dia está próximo.
MATÉRIA IDEALIZADA PELO JORNALISTA RICARDO ALCÂNTARA.
LÁ VAI O BESTA: As matérias postadas neste blog que não são produzidas pelo Administrador, são de inteira responsabilidade de seus idealizadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário