quarta-feira, 30 de junho de 2010

"POLITICA NO BLOG DO POETA - PSDB no governo: entrou cedo, saiu tarde.."

Jogado para fora da bem pavimentada pista do governismo depois de levar um “canto de carroceria” dos seus mais tradicionais aliados do PFG (Partido dos Ferreira Gomes), o senador Tasso Jereissati logo vislumbrou, como a menos humilhante das despedidas, a chance de fingir que a decisão foi sua e o fez com o amargor bilial de sempre. Mas nada houve de voluntário em tudo aquilo: foi uma porta na cara que o levou para as ruas.


O senador finge ter se dado conta – “assim, de repente, entre a nova e a crescente” – de que o Ceará esteve submetido a uma oligarquia. A simulação sem limites o fez se confessar entre os mentores do modelo e declarou guerra ao espelho ao defender aposentadoria política – embora seja, ele mesmo, candidato – dos “Ferreira Gomes” e de si mesmo, o “Jereissati”, e o faz como um Nero que incendeia a cidadela ao pressentir sua derrocada.

Até aí, versões, nada mais que versões. O fato: derrotado nas urnas de 2006 por uma coligação ancorada no projeto popular do presidente Lula, o tucanato negou-se a cumprir o papel de oposição que o eleitor lhe reservou e desde cedo aninhou-se à sombra amena dos favores governistas ao preço de manter sua base municipal e ao custo de sua própria identidade. Assim, quem pouco tolerava antes, passou a fechar os olhos para muitas coisas.


Na operação intempestiva de 2006, deixaram a cabine de comando para se alojar nos porões. Foram provar carne de segunda em meio à marujada e lá ficaram até o dia em que um suprimento adicional de ração lhes foi negada. Lançados ao mar tão logo Cid Gomes se rendeu à imposição da realidade de que havia excesso de tripulantes, passaram a atirar no barco como se o tivessem abandonado e não expelidos à incerteza.


Eis o que narram os próprios fatos. O mais, versões. Nada mais que versões.
TASSO: Não saiu. Foi expelido.

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