O soldado Bradley Manning, 22 anos, está preso desde maio por fazer cópias de relatórios secretos dos EUA
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Republicanos querem que o suspeito de vazar documentos secretos seja condenado por traição à pátria
Washington. Enquanto o criador do site WikiLeaks, Julian Assange, recebe atenção mundial pelos vazamentos de documentos secretos, a provável fonte deles é mantida isolada e vê TV, onde se informa sobre o alcance de sua suposta ação.
Trata-se do soldado Bradley Manning, 22 anos, um analista de inteligência do Exército americano que esteve no Iraque e está preso desde maio.
O militar enfrentará julgamento por supostamente copiar telegramas diplomáticos e pelo vazamento de relatórios sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque. Ele ainda é acusado de vazar vídeo que mostra o ataque de um helicóptero militar a civis iraquianos. Mas republicanos, como o deputado Mike Rogers e o ex-governador Mike Huckabee, querem que o responsável seja acusado de traição à pátria e condenado à pena de morte.
Até agora, o Exército apenas apresentou acusações contra ele pelo roubo de dois vídeos de guerra e pelo vazamento de 50 telegramas. Por isso, ele pode ser condenado a 52 anos de prisão. O julgamento pode ocorrer no primeiro semestre de 2011.
Nascido em 1987 no Estado de Oklahoma, Manning alistou-se aos 18 anos. Após receber treinamento como analista de inteligência, foi enviado para Nova York e depois para a Guerra do Iraque.
Mas ficar isolado, no meio do deserto, parecia ser pouco para as ambições do soldado. Em maio, Manning contatou Adrian Lamo, hacker americano que invadiu a página do "New York Times", Yahoo e outras empresas antes de se entregar ao FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos).
De acordo com o jornal espanhol "El País", as mensagens entre os dois ficaram armazenadas no computador de Lamo, que informou ao Pentágono sobre o assunto. Lamo confirmou que Manning é mesmo a fonte dos vazamentos.
"Se tivesse acesso sem precedentes a redes restritas 14 horas por dia, setes dias por semana, durante mais de oito meses, o que faria?", questionou em conversa com o hacker em 21 de maio. No dia seguinte, Manning confessou que havia feito o download de milhares de documentos secretos do Pentágono.
E tinha uma prova: um telegrama da Embaixada dos EUA em Rejkiavik, na Islândia, no qual se relata uma reunião entre autoridades islandesas e um assessor do embaixador britânico.
O soldado descreveu até como fazia as cópias: entrava na sala com um CD da Lady Gaga, por exemplo, e, enquanto fingia cantar uma das músicas, apagava seu conteúdo e copiava dados da inteligência em seu lugar. O soldado está isolado em uma cela na base de Quantico, em Virgínia, onde é submetido a avaliações mentais.
Julgamento:
52 anos de prisão é a pena máxima que Manning pode pegar. Ele é acusado apenas de roubo de vídeos de guerra e pelo vazamento de 50 telegramas.
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